sábado, 6 de junho de 2009

Vou votar! Em quem? Não sei. Mas é indiferente

Acaba o período de reflexão. Reflexão de quê? Pergunto-me.
Esta campanha foi uma pobreza tremenda, foram quinze dias penosíssimos, que demonstraram bem a falta de qualidade da política em Portugal e a tremenda mediocridade da maioria dos seus interventores.
Vive-se num mundo, numa Europa, num país à beira do colapso económico, financeiro e educacional. Colapso de consequências incalculáveis.
Ora, numa Europa políticamente unida há 24 anos em que muitas medidas nos foram prejudiciais, outras tantas nos foram benéficas...uma coisa é certa. Sozinhos não conseguíriamos jamais subsistir! Mas os portugueses sabem o que significa ser um Estado-membro da UE, sendo que efectivamente o são há 24 anos? Ou apenas serve para podermos ir a Espanha sem ter de fazer o passaporte!?
A campanha serve para quê? Os candidatos a deputados foram incapazes de dizer em que é que o Parlamento Europeu interessava a Portugal, quais os caminhos que devíamos trilhar, quais escolhas que deveríamos fazer, que restrições iriamos, enquanto europeus, enfrentar. Nada.
Amanhã sabemos em quê e para quê vamos votar?
O que é o Parlamento Europeu?
Em que nos vincula o Parlamento Europeu?
O que fazem os deputados portugueses no Parlamento Europeu?
Quais são os objectivos e planos dos candidatos?

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Tretas. Andaram a discutir o BPN, a fazer vinganças pessoais, o costume. Explicar que é bom, nada.
Mas o mais triste é que as pessoas também não estão muito interessadas em saber sobe nada. Porque as pessoas têm partidos, assim como têm clubes de futebol, sem julgamentos sérios, sem exigências. Porque se pensa que: "não gosto do candidato do meu partido, mas é o meu partido...". Não acompanham evoluções. Não há consciência cívica. São do PS como são do Benfica, são do SPORTING como são do PSD. Mas a escolha não abunda porque a política não passa de uma amálgama de mediocridade. E por isto há os votantes fixos, os que são de um determinado partido porque este faz parte integrante do seu ser, assim como o seu clube e, por outro lado, há taxas de abstenção escandalosas.

Eu vou votar amanhã sem grandes esperanças no futuro político português. Mas vou votar, sim.
Vou votar para ter o direito de dizer mal.

E sobretudo, vou votar porque dou demasiado valor a todas aquelas que lutaram para que eu, hoje, tivesse o direito de o fazer.

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