terça-feira, 11 de novembro de 2008

A.

Hoje lembrei-me de ti.
Tenho saudades tuas. Ainda tu estavas vivo eu já sentia saudades tuas só de imaginar que um dia ias deixar de estar ali.
Um dia desististe. Deixaste-te ir.
Eu não estava lá, saí estavas ali a dormitar no teu canto, voltei e estava vazio. Mesmo muito vazio sem ti.
Não me lembro se alguma vez pedi para te ter, mas o meu pai fez de ti o meu presente de aniversário. Sempre gostaste mais dele do que de mim, mas eu compreendo, é difícil não gostar dele. Ele também se lembra muito de ti, seria impossível não lembrar. Tu gostavas tanto dele.
Destruíste sapatos, esfregonas, tudo o que apanhavas...a minha mãe dizia que te odiava, mas eu acho que não.
Tenho saudades tuas. Das corridas, da tua cauda a bater-me nas pernas, de te ver nadar, a meter ordem no mundo à tua volta. Tinhas os olhos mais expressivos do mundo. Tinhas os olhos mais cheios...de tudo. Apetecia-me atirar um osso para tu ires buscar, e ver-te saltar o muro...
Oxalá haja um céu dos cães com muitos ossos daqueles que tu gostavas.
Tenho saudades tuas, A.

1 comentário:

Patrícia disse...

Nunca me foi permitid ter animais d estimação.
Tenho uma tia que sempre os teve. é a mesma coisa. é como se tivessem sido meus. tenho saudades de todos.