quinta-feira, 22 de outubro de 2009

Saramago

O tempo passa e a Igreja não muda, nem é preciso alegar o mui nobre valor da liberdade de expressão, cujo conteúdo muitas vezes é demasiado alargado segundo o conceito de algumas pessoas. E não, com isto não quero dizer que deveria haver censura, apenas rejeito a recondução à liberdade de expressão de declarações que são única e exclusivamente uma expressão de má formação pessoal e falta de educação, entre outras coisas.
O Saramago não tem o direito de dizer o que lhe apetece apenas por ser quem é, mas tem sim, o direito de expressar as suas opiniões, especialmente quando as fundamenta, como é o caso. Se há vantagem que um criador-artista tem é precisamente a faculdade de criar, produzir algo diferente sem necessidade de ser políticamente correcto. Consome a sua obra, quem quer. Prestigia o autor quem entende fazê-lo.
E sinceramente, ao fim de tantos anos de declarações polémicas porque é que toda a gente ainda reage de modo inflamado a cada coisa que ele diz? Já se percebeu há muito tempo que ele não acredita nem aprecia a figura do divino, que o culpa de muitos males e muita gente o acompanha nesta crença. E, convenhamos, não é totalmente indefensável a crueldade do divino, e várias passagens da Bíblia permitem esta defesa. Não que pessoalmente condene quem acredita em Deus, mas tantos podem acreditar e defender a bondade, como tantos podem adoptar posição oposta, e, esta última posição tornou-se bastante defensável nem tanto pela Bíblia, história de Cristo e vida dos Santos, mas muito pela história e evolução da Igreja.

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